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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Incentivo à leitura - Sindrome de Down



INCLUINDO ALUNOS COM SÍNDROME DE DOWN NA ESCOLA

Fonte: Inclusão Brasil

Folheto produzido por Sandy Alton, da Down´s Syndrome Association, e distribuído pelo Ministério da Educação britânico. - Tradução Patricia Almeida



OBJETIVO DESTE FOLHETO:
Muito mais crianças com Síndrome de Down têm entrado em escolas da rede regular de ensino. Este é o resultado de muitos fatores. Pressão dos pais com o apoio de organizações voluntárias encorajaram desde 1981 a secretaria de educação a integrar alunos com necessidades educacionais especiais nas escolas comuns se os pais assim o desejassem. Mais recentemente, um documento de 1997 propôs que alunos com necessidades educacionais especiais deveriam estar em escolas comuns.

Inevitavelmente, muitos professores vão achar a idéia de incluir alunos com SD em suas classes preocupante e vão ficar apreensivos a princípio. Porém, a experiência demonstra que a maioria dos professores têm as ferramentas necessárias para entender as necessidades específicas destas crianças e são capazes de ensiná-los efetivamente e com sensibilidade.

Este folheto traz informações sobre o perfil de aprendizado típico de uma criança com Síndrome de Down e boas práticas para sua educação, desta forma, pavimentando o caminho para uma inclusão bem-sucedida.

POR QUE INCLUSÃO ?

Há muitas razões por que uma criança com Síndrome de Down deve ter a oportunidade de frequentar uma escola comum. Cada vez mais pesquisas tem sido publicadas e o conhecimento sobre as capacidades de crianças com Síndrome de Down e o potencial de serem incluídos com sucesso tem aumentado. Ao mesmo tempo, os pais têm se informado mais sobre os benefícios da inclusão. Além disso, a inclusão é não discriminatória e traz tanto benefícios acadêmicos quanto sociais.

Acadêmicos
- Pesquisas mostram que as crianças se desenvolvem melhor academicamente quando trabalham num ambiente inclusivo

Social
- Oportunidades diárias de se misturar com seus parceiros com desenvolvimento típico proporcionam modelos para comportamento de acordo com a faixa etária
- As crianças têm oportunidade de desenvolver relações com crianças de sua própria comunidade
- Ir à escola comum é um passo chave em direção à inclusão na vida comunitária e na sociedade como um todo.

A inclusão bem-sucedida é um passo importante para que crianças com necessidades educacionais especiais se tornem membros plenos e contributivos da comunidade, e a sociedade como um todo se beneficia disso. Os colegas com desenvolvimento típico ganham conhecimento sobre deficiência, tolerância e aprendem como defender e apoiar outras crianças com necessidades educacionais especiais. Como escreve David Blunkett “ quando todas as crianaças saõ incluídas como parceiros iguais na comunicade escolar, os benefícios são sentidos por todos”.

ATITUDE POSITIVA
Mas a inclusão bem-sucedida não acontece automaticamente. A experiência mostra que um dos ingredientes mais importantes na implementação bem-sucedida de um aluno com necessidade de aprendizagem específia é simplesmente a vontade de que ela ocorra. A atitude da escola como um todo é, portanto, um fator significativo. Uma atitude positiva resolve problemas por si só. As escolas precisam de uma política clara e sensível sobre inclusão de sua direção e coordenação, que devem ser comprometidas com esta política e apoiar seus funcionários, ajudando-os a desenvolver novas soluções em suas salas de aula.

UM PERFIL DE APRENDIZADO ESPECÍFICO, NÃO APENAS ATRASO NO DESENVOLVIMENTO

As crianças com Síndrome de Down não apenas levam mais tempo para se desenvolver e
portanto precisam de um currículo mais diluído. Elas têm, em geral, um perfil de aprendizagem específico com pontos fortes e fracos característicos. Saber dos fatores que facilitam e inibem o aprendizado permite aos professores planejar e levar adiante atividades relevantes e significativas e programas de trabalho. O perfil de aprendizado característico e estilos de aprendizado de uma criança com Síndrome de Down , junto com suas necessidades individuais e variações do perfil devem, portanto, ser considerados.

Os seguintes fatores são comuns a várias crianças com Síndrome de Down. Alguns têm implicações físicas, outras têm comprometimentos cognitivos. Muitas têm ambos.

FATORES QUE FACILITAM O APRENDIZADO
- Forte reconhecimento visual e habilidade visual de aprendizado, incluindo:
- Habilidade de aprender e usar sinais, gestos e apoio visual
- Habilidade para aprender e usar a palavra escrita
- Imitação de comportamento e atitudes dos colegas e adultos
- Aprendizado com currículo prático e material e com atividades de manipulação

FATORES QUE INIBEM O APRENDIZADO

- Desenvolvimento tardio de habilidades motoras, tanto fina quanto grossa
- Dificuldades de audição e visão
- Dificulade no discurso e na linguagem
- Déficit de memória auditiva recente
- Capacidade de concentração mais curta
- Dificuldade com a consolidação e retenção de conteúdo
- Dificuldade com generalizações, pensamento abstrato e raciocínio
- Dificuldade em seguir sequências
- Estratégias para evitar o trabalho


DIFICULDADE DE VISÃO

Embora os alunos com Síndrome de Down costumem ser muito bons em aprender visualmente e sejam capazes de utilizar este habilidade para aprender o currículo, muitos têm alguma dificuldade de visão: de 60 a 70% usam óculos antes dos 7 anos e é importante diagnosticar e sanar as dificuldades que eles possuem.

ESTRATÉGIAS
- Coloque o aluno mais à frente
- Escreva com letras maiores
- Faça apresentações simples e claras

DIFICULDADE DE AUDIÇÃO
Muitas crianças com Síndrome de Down têm alguma perda auditiva, especialmente nos primeiros anos. Até 20% apresentam perda sensorial-neural, causada por defeitos no desenvolvimento do ouvido e nervos auditivos. Outros 50% podem ter perda auditiva ocasionada por infecções respiratórias que costumam ocorrer por conta dos canais auditivos mais estreitos. É especialmente importante checar a audição da criança porque ela afetará sua fala e linguagem.

A clareza da audição também pode ser flutuante e é importante identificar que respostas inconsistentes podem ser fruto de deficiência auditiva e não falta de entendimento ou atitude indesejada.

ESTRATÉGIAS
- Coloque o aluno mais à frente
- Fale diretamente ao aluno
- Reforce o discurso com expressões faciais, sinais ou gestos
- Reforce o discurso com material de apoio visual – figuras, fotos, objetos
- Escreva novo vocabulário no quadro
- Quando outros alunos responderem, repita suas respostas alto
- Diga de outra forma ou repita palavras e frases que possam ter sido mal-entendidas.

SISTEMA MOTOR FINO E GROSSO
Muitas crianças com Síndrome de Down têm flacidez muscular (hipotonia), o que pode afetar sua habilidade motora fina e grossa. Isso pode atrasar as fases do desenvolvimento motor, restringindo experiências dos primeiros anos, tornando o desenvolvimento cognitivo mais lento. Na sala de aula, o desenvolvimento da escrita é especialmente afetado.

ESTRATÉGIAS
- Oferecer exercícios extras, orientação e encorajamento – todos as habilidades motoras melhoram com a prática.
- Oferecer atividades para o fortalecimento do pulso e dedos, como por exemplo alinhavar, seguir tracinhos com o lápis, desenhar, separar, cortar, apertar, construir, etc.
- Usar um grande leque de atividades e materiais multi-sensoriais.
- Procurar que as tividades sejam o mais significativas e prazerosas possível.

DIFICULDADE DE FALA E DE LINGUAGEM

Crianças com Síndrome de Down típicas possuem dificuldade de fala e linguagem e devem ser atendidas regularmente por fonoaudiólogos que podem sugerir atividades individualizadas para promover o desenvolvimento de sua fala e linguagem.

O atraso na linguagem é causada por uma combinação de fatores, alguns deles físicos e alguns devido a problemas cognitivos e de percepção. Qualquer atraso em aprender a entender e usar a linguagem pode levar a um atraso cognitivo. O nível de conhecimento e entendimento e, logo, a habiliade de acessar o currículo vai inevitavelmente ser afetada. Habilidades receptivas são mais desenvolvidas do que habilidades de expessão. Isso quer dizer que as crianças com Síndrome de Down entendem mais do que são capazes de expressar. Como resultado disso, as habilidades cognitivas destes alunos são freqüentemente subestimadas.

ATRASO NA AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM
- Vocabulário menor, levando a um conhecimento geral menor.
- Dificuldade de aprender regras gramaticais (não usar vocábulos de conexão, preposições, etc), resultando num estilo telegráfico de discurso.
- Habilidade para aprender vocabulário novo mais fácilmente do que as regras gramaticais.
- Maiores problemas em aprender e usar linguagem social.
- Maiores problemas em entender linguagem específica apresentada no currículo.
- Dificuldade em compreender instruções.

Além disso, a combinação de ter uma boca menor e músculos da boca e da língua mais fracos torna a formação das palavras fisicamente mais difícil, e quanto maior a frase maiores ficam os problemas de articulação.

Problemas de fala e linguagem para estas crianças normalmente significam que menos oportunidades lhes são oferecidas para manter uma conversação. É mais difícil para eles pedir informação ou ajuda. Os adultos costumam fazer perguntas fechadas, ou terminar uma frase pelas crianças sem lhes dar tempo para falarem por si próprios nem ajudar para que eles consigam fazê-lo.

A consequência disso é que a criança:
- Ganha menos experiência de linguagem que lhe dê oportunidade de aprender novas palavras e estruturas de período.
- Tem menos oportunidade de praticar para tentar falar com mais clareza.

ESTRATÉGIAS
- Dar tempo para o processamento da linguagem e para responder.
- Escutar atentamente – seu ouvido irá se acostumar.
- Falar frente à frente e com os olhos nos olhos do aluno.
- Usar linguagem simples e familiar, com frases curtas e enxutas.
- Checar o entendimento – pedir para a criança repetir instruções dadas.
- Evitar vocabulário ambíguo.
- Reforçar a fala com expressões faciais, gestos e sinais.
- Ensinar a ler e usar palavras impressas para ajudar a fala e a pronúncia.
- Reforçar instruções faladas com instruções impressas, usar também imagens, diagramas, símbolos e material concreto.
- Enfatizar palavras-chave reforçando-as visualmente.
- Ensinar gramática com material impresso, cartões de figuras, jogos, figuras de preposições, símbolos, etc.
- Evitar perguntas fechadas e encorajar a criança a falar além de frases monosilábicas.
- Encorajar o aluno a falar em voz alta na sala dando a ele estímulos visuais. Permitir que eles leiam a informação pode ser mais fácil para eles do que falar espontaneamente.
- O uso de um diário para casa e escola pode ajudar os alunos a contar suas “ novidades”.
- Desenvolver a linguagem através de teatro e faz-de-conta.
- Encorajar o aluno a liderar.
- Criar oportunidades onde ele possa falar com outras pessoas, por exemplo, levar mensagens, etc.
- Providenciar várias atividades e jogos de ouvir por pouco tempo e materiais visuais e táteis para reforçar a linguagem oral e fortalecer as habilidades auditivas.

DÉFICIT DE MEMÓRIA AUDITIVA RECENTE E NA HABILIDADE DE PROCESSAMENTO AUDITIVO

Outros problemas de fala e linguagem em crianças com Síndrome de Down surgem por conta de dificuldades na memória auditiva recente e nas habilidades de processamento auditivo. A memória auditiva recente é a memória armazenada usada para manter, processar, entender e assimilar a língua falada o tempo suficiente para responder. Qualquer déficit na memória auditiva recente vai afetar consideravelmente a habilidade do aluno em responder a palavra falada ou aprender a partir de situações que se prendam somente a sua habilidade auditiva. Além disso, eles acham mais difícil seguir e lembrar de instruções verbais.

ESTRATÉGIAS
- Limite a quantidade de instruções verbais a uma de cada vez.
- Dê tempo à criança para processar e responder às colocações verbais.
- Repita individualmente para o aluno qualquer informação ou instrução que foi dada a classe como um todo.
- Tente evitar instruções ou discussões na classe que sejam muito longas.
- Planeje traduções visuais e-ou atividades alternativas.

Lembre-se: em geral, crianças com Síndrome de Down têm fortes habilidades de aprendizagem visual mas não são bons aprendizes auditivos. Sempre que possível eles necessitam de apoio visual e concreto e materiais práticos para reforçar as informações auditivas.

CAPACIDADE DE CONCENTRAÇÃO MAIS CURTA

Muitas crianças com Síndrome de Down têm uma capacidade de concentração mais curta e são facilmente distraídos. Além disso, a intensidade do aprendizado com apoio, especialmente quando ele se dá individualmente, é muito maior e a criança se cansa mais facilmente do que a criança que não necessita deste apoio.

ESTRATÉGIAS
- Construa uma gama de tarefas curtas, focalizadas e definidas claramente nas aulas.
- Varie o nível de demanda de tarefa para tarefa.
- Varie o tipo de apoio.
- Use os outros colegas para manter o aluno trabalhando.
- Na hora da rodinha, situe o aluno próximo ao professor (sem sentar no colo!).
- Providencie um quadrado de carpete para que a criança fique sentada no mesmo lugar.
- Trabalhar no computador às vezes ajuda a manter o interesse da criança por mais tempo.
- Crie uma caixa de atividades. Isso é útil para as horas em que a criança terminou sua atividade antes de seus colegas, precisa mudar de tarefa ou precisa dar um tempo. Coloque uma série de atividades que o aluno gosta de fazer, incluindo livros, cartões, jogos de manipulação, etc. Isso encoraja a escolha dentro de uma situação estruturada. Deixar que outra criança participe é uma boa maneira de encorajar amizade e cooperação.

GENERALIZAÇÃO, PENSAMENTO ABSTRATO E RACIOCÍNIO

Quando uma criança tem deficiência de fala e linguagem, suas habilidades de pensamento e raciocínio são inevitavelmente afetadas. Ela encontra mais dificuldade em transferir suas habilidades de uma situação para outra. Conceitos e assuntos abstratos podem ser particularmente difíceis de entender e a capacidade de resolução de problemas pode ser afetada.

ESTRATÉGIAS
- Não assuma que o aluno vai transferir conhecimento automaticamente.
- Ensine novas habilidades usando uma variedade de métodos e materiais e em vários contextos diferentes.
- Reforce o aprendizado de conceitos abstratos com materiais concretos e visuais.
- Ofereça explicações adicionais e dê demonstrações.
- Encoraje a solução de problemas.

CONSOLIDAÇÃO E RETENÇÃO

Alunos com Síndrome de Down geralmente levam mais tempo para aprender e consolidar coisas novas e a habilidade de aprender e absorver o aprendizado pode variar de um dia para o outro.
ESTRATÉGIAS
- Ofereça mais tempo e oportunidade para repetições adicionais e reforço.
- Apresente informações e conceitos novos de maneiras variadas, usando material concreto, prático e visual, sempre que possível.
- Siga em frente mas sempre dê uma revisada para assegurar que coisas aprendidas anteriormente não ficaram esquecidas com a assimilação das novas informações.

ESTRUTURA E ROTINA

Muitas crianças com Síndrome de Down se dão bem com rotina, estrutura e atividades focalizadas claramente. Situações informais e sem estrutura são geralmente mais difícieis para eles. Eles também podem se sentir contrariados com qualquer mudança. Podem precisar de maior preparação e podem levar mais tempo para se adaptar às mudanças na sala de aula e nas transições.

ESTRATÉGIAS
- Explique sobre a grade de horários, rotinas e regras escolares explicitamente, dando tempo e oportunidade para que aprenda.
- Providencie uma grade de horários visualmente atraente: use palavras, desenhos, figuras e fotos.
- A progressão da aula durante o dia deve poder ser acompanhada pelo horário.
- Quando uma grade visual não for apropriada, arrume uma série de fotos ou figuras descrevendo as atividades escolares. Estas fotos podem ser mostradas a criança antes da atividade ser começada.
- Certifique-se de que a crinaça sabe qual será a próxima atividade.
- Atenha-se à rotina sempre que possível.
- Prepare a criança com antecedência se souber que haverá alguma mudança e informe os pais.
- Solicite a ajuda da criança na preparação para a atividade subsequente dando-lhe uma tarefa específica.

INCLUSÃO SOCIAL

O objetivo primordial para qualquer criança de 5 anos entrar na escola é a inclusão social. Como com qualquer criança, é muito mais difícil progredir nas áreas cognitivas até que ela seja capaz de se comportar e interagir com os outros de maneira socialmente aceitável e entender e responder apropriadamente ao ambiente que a cerca. Todas crianças com Síndrome de Down se beneficiam em se misturar com colegas com desenvolvimento típico. Muitas vezes eles ficam felizes em agir como os colegas e geralmente os usam como modelos para o comportamento social apropriado e motivação para aprender. Este tipo de experiência social, quando existe a expectativa de que as outras crianças se comportem e consigam fazer coisas de acordo com sua faixa etária, é extremamente importante para as crianças com Síndrome de Down, que geralmente tem um mundo mais confuso e menos maduro social e emocionalmente. Mesmo assim, muitas delas precisam de ajuda adicional e apoio para aprender as regras para o comportamento social apropriado. Elas não aprendem facilmente de forma incidental e não pegam as convenções intuitivamente como seus colegas. Elas vão levar mais tempo do que seus colegas para aprender as regras. O foco principal da ajuda adicional nos primeiros anos deve ser aprender as regras do comportamento social adequado.

ESTRATÉGIAS
- Reconhecer as principais rotinas do dia.
- Aprender a participar e responder apropriadamente.
- Responder a perguntas e instruções dadas oralmente.
- Aprender a respeitar a vez de cada um, dividir, dar e receber.
- Aprender a fazer fila.
- Aprender a sentar no chão na hora da rodinha.
- Aprender comportamentos apropriados.
- Aprender as regras da escola e da classe, tanto as formais quanto as informais.
- Trabalhar independentemente.
- Trabalhar em cooperação com os outros.
- Fazer e manter amizades.
- Desenvolver de habilidades de auto-ajuda e tarefas práticas.
- Tomar conta, se preocupar com os outros.

HORA DE BRINCAR

Algumas ajudas adicionais na inclusão de crianças pequenas com Síndrome de Down durante a hora da brincadeira podem ser necessárias. Porém, qualquer ajuda de adulto que a criança tiver, se não for usado com sensibilidade, pode erguer uma barreira entre a criança e seus colegas, o que, junto com a dificuldade de fala e linguagem, pode tornar as coisas muito mais difíceis para a criança com Síndrome de Down:
- Começar independentemente a brincar com outras crianças.
- Entender as regras do jogo.
- Entender as regras de “ser amigo”.

ESTRATÉGIAS
- Encoraje o aprendizado cooperativo em trabalho com um parceiro ou num grupo pequeno.
- Não coloque sempre o aluno junto com o grupo menos capaz ou menos motivado. Alunos com Síndrome de Down se beneficiam por trabalhar com crianças mais capazes se as tarefas forem adequadamente diferenciadas.
- Promova a conscientização sobre as deficiências através de, por exemplo, uma discussão com toda a classe ou a escola. É importante que os alunos se familiarizem com o colega com Síndrome de Down, entendam seus pontos fortes, seus pontos fracos, sua capacidade e também reconheçam que ele tem as mesmas necessidades emocionais e sociais do que eles próprios.
- Se achar adequado, promova uma alternância de amigos ou um sistema de colega de apoio para ajudar na inclusão.
- Use a ajuda dos colegas no lugar de adultos sempre que possível.
- Organize apoio para oferecer sessões de brincadeira estruturadas na hora do recreio.
- Encoraje a participação do aluno em atividades extra-curriculares com os colegas da escola (clubes de livro, esportes, etc).
- Encoraje habilidades de independência e vida prática, por exemplo, dando-lhe responsabilidades – devolver livros, levar mensagens, etc.
- Encoraje-o a conhecer a si mesmo, respeitar a própria identidade, promova sua auto-estima e auto-confiança.
- Promova o entendimento através de teatro, livros, figuras ou na hora da rodinha.

COMPORTAMENTO

Não há problemas de comportamento característicos de crianças com Síndrome de Down. Porém, muito de seu comportamento estará relacionado a seu nível de desenvolvimento. Então, quando ocorrem problemas, eles são geralmente parecidos com aqueles vistos em crianças de desenvolvimento típico mais novas.

Além disso, crianças com Síndrome de Down cresceram tendo que lidar com mais dificuldades do que muitos de seus colegas. Muito do que se espera que eles façam em seu dia-a-dia será muito mais difícil de conseguir fazer devido a seus problemas de comunicação, audição, memória, coordenação motora, concentração, e dificuldade de aprendizado. Os problemas de comportamento podem, portanto, ser desencadeados em algumas situações aparentemente banais. Por exemplo, eles podem se sentir frustrados ou ansiosos com mais facilidade. Então, o fato da criança ter Síndrome de Down não necessariamente quer dizer que ela vá apresentar inevitavelmente problemas de comportamento, mas a natureza de suas dificuldades os fazem mais vulneráveis a desenvolver problemas de comportamento.

Uma questão particular dos problemas de comportamento são as estratégias para escapar das tarefas. Pesquisas mostram que, como muitos alunos com necessidaes educacionais especiais, crianças com Síndrome de Down costuma adotar estas estratégias que comprometem o progresso de seu aprendizado. Alguns alunos usam comportamentos anti-sociais para distrair a atenção dos adultos e escapar do trabalho, e parecem apenas aceitar fazer tarefas que exigem muito pouco de sua capacidade cognitiva.

É importante o professor ficar atento à possibilidade destas estratégias e saber separar comportamento imaturo de mau-comportamento deliberado, e assegurar que o nível de desenvolvimento e não a idade cronológica da criança seja levado em consideração, junto com sua capacidade de entender instruções dadas oralmente. Qualquer recompensa a ser oferecida trambém deve levar em conta estes fatores.

ESTRATÉGIAS
- Assegurar que as regras são claras
- Assegurar que todos os funcionários da escola saibam que a criança com Síndrome de Down deve obedecer às regras como qualquer aluno.
- Utilizar instruções curtas, precisas e claras e gestos e expressões que as confirmem – explicações longas e complexas não são apropriadas.
- Distinguir o “não consigo fazer” do “não vou fazer”
- Investigar qualquer comportamento inapropriado, perguntando a si mesmo por que a criança está agindo deste modo: a tarefa é muito fácil ou muito difícil ? A tarefa é muito longa ? O trabalho é adequado para a criança ?
- O aluno compreende o que é esperado dele ?
- Encorajar comportamento positivo desenvolvendo figuras de bom comportamento. Por exemplo, mostrar uma foto da turma ou de um grupo arrumando a sala direitinho, pode ser o bastante para encorajá-lo a fazer o mesmo.
- Reforçar o comportamento desejado imediatamente com sinais de aprovação visuais ou orais.
- Ignorar tentativas de chamar a atenção dentro do possível – o seu propósito é criar distração
- Desenvolver uma série de estratégias para lidar com a tentativa de escapar: algumas funcionarão melhor que outras com algum um aluno em particular.
- Assegurar que o professor de apoio não seja o único lidando com o mau-comportamento. O professor da turma tem a responsabilidade sobre a criança.
- Assegurar que a criança trabalhe com colegas que sejam bons modelos em comportamento.

APOIO

A maior parte dos alunos com Síndrome de Down vai precisar de apoio adicional. Porém, o tipo de apoio que a criança recebe pode ter um enorme impacto na efetivação da inclusão.

A seguir, algumas coisas que são esperadas do profissional de apoio:
No que diz respeito à criança:
- Aumentar o acesso ao currículo e ao desenvolvimento do aprendizado.
- Garantir que a criança aprenda novas habilidades.
- Ajudar a desenvolver a independência.
- Ajudar a desenvolver habilidades sociais, amizades e comportamento apropriado para a idade.

No que diz respeito ao professor:
- Ajudar a modificar ou adaptar tarefas planejadas pelo professor.
- Dar informações mais detalhadas sobre o desempenho do aluno ao professor.
- Dar oportunidade ao professor de trabalhar individualmente com uma criança com Síndrome de Down ou em grupo enquanto assume o lugar do professor.

TAMBÉM É MUITO IMPORTANTE QUE O PROFESSOR DE APOIO SEJA VISTO COMO PERTENCENDO A TODA CLASSE, DANDO AJUDA A TODAS AS CRIANÇAS QUE NECESSITAREM, E NÃO COMO PROPRIEDADE DA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN. DESTA MANEIRA, OUTRAS CRIANÇAS DA CLASSE SE BENEFICIAM COM O APOIO EXTRA . O PROFESSOR NUNCA DEVE ABDICAR DE SUA RESPONSABILIDADE PELA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN.

AJUDA INDIVIDUAL E SAÍDAS DA CLASSE

Além disso, o apoio não deve consistir apenas e nem principalmente na professora ajudante trabalhando individualmente com a criança, especialmente quando isso requer saídas da classe, o que deve ser evitado ao máximo. Embora vá haver vezes em que algum trabalho individual seja requerido, isso só deve ser feito em último caso e dentro da sala de aula, sempre que possível.

ESTRATÉGIAS
Esteja ciente de que muita ajuda individual pode privar a criança de:
- ser beneficiada da estimulação e modelos proporcionados pelos colegas.
- aprender a trabalhar cooperativamente.
- aprender a trabalhar independentemente.
- desenvolver relações sociais com seus colegas.

QUANTOS AJUDANTES ?

Em geral, não é aconselhável ter um profissional de apoio para ajudar uma criança. Isso pode levar a uma familiaridade grande demais e à dependência da criança naquela pessoa, além de ser uma relação intensa demais tanto para a criança quanto para o ajudante. Considere ter dois ajudantes ao invés de um, que se revezem dividindo horários ou dias. Isso também pode facilitar na hora de substituir um ajudante quando o outro se ausentar por qualque motivo.

Quando planejar o apoio, é vital decidir:
- Quem vai adaptar o trabalho e de que maneira?
- Quem vai procurar e preparar recursos adicionais ?
- Quando isso vai acontecer e com que frequência ?

O professor da turma é o responsável pela diferenciação das atividades, mas muitos professores de apoio são capazes de adaptar atividades se e quando necessário.

O CURRÍCULO
Embora vá haver uma necessidade contínua de visar a independência, o comportamento social e a inclusão social da criança com Síndrome de Down, algumas metas devem ser alcançadas no primeiros anos. Uma atenção maior deve ser dada quando a criança passa da primeira para a segunda série.

Mesmo assim, como para qualquer criança, as atividades devem ser modificadas e adaptadas para se adequar ao nível de aprendizado e desenvolvimento da criança. Em alguns casos, isso pode significar que um novo conceito, assunto ou habilidade deverá ser recortado até um nível bem básico com um foco num ponto específico que você quer que a criança aprenda e entenda.

Embora isso possa significar que, em alguns casos, a criança com Síndrome de Down estará trabalhando num nível muito diferente , não quer dizer que o assunto ou tópico que ela esteja trabalhando seja diferente do dos demais colegas. Com planejamento e o apoio do professor ajudante isso pode ser alcançado com sucesso em muitos casos.

PRÁTICAS DE SALA DE AULA

Muitos alunos com Síndrome de Down, assim como outros alunos com necessidades educacionais especiais, não se adaptam a algumas práticas de sala de aula: aulas expositivas para a turma inteira, aprender ouvindo, e trabalho de reforço baseado em exercícios sem modificação. Portanto, os professores precisam analisar suas práticas de sala de aula e todo o ambiente de aprendizado na classe de forma que as atividades, os materiais e os grupos de alunos sejam levados em conta. Para certos propósitos, a habilidade será menos importante do que os estilos de aprender de cada aluno. É importante, por exemplo, utilizar a motivação e a oportunidade para aprender com bons modelos que surgem quando o alunos com Síndrome de Down está trabalhando em grupo os colegas.

Estudos mostram que não apenas os alunos com necessiades educacionais especiais preferem trabalhar em grupo, mas o grupo cooperativo fomenta o aprendizado.

ESTRATÉGIAS
Decida quando a criança deve trabalhar:
- Em atividades com toda a classe.
- Em grupo ou em pares na classe.
- Em grupo ou em pares numa área afastada.
- Individualmente independentemente ou individualmente com o professor.

Decida quando a criança deve ficar:
- Sem apoio.
- Com apoio dos colegas.
- Com apoio do professor assistente.
- Com apoio do professor da turma.

- Faça um Plano de Educação Individual para atingir determinadas áreas que necessitem atenção.
- Produza uma grade de horários visualmente atraente para que a criança entenda a estrutura do seu dia.

LEITURA

Há muitas pesquisas destacando a forte ligação entre a leitura e o desenvolvimento da linguagem em crianças com Síndrome de Down e a leitura é uma área do currículo em que muitas destas crianças podem se sair muito bem. Como a palavra escrita faz com que a linguagem se torne visual, os textos impressos superam a dificuldade do aprendizado pela audição.

A leitura pode portanto ser usada para:
- Ajudar o entendimento.
- Ajudar a acessar o currículo.
- Melhorar as habilidades de fala e linguagem.

PORÉM É IMPORTANTE ESTAR ATENTO SOBRE COMO A CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN APRENDE A LER, JÁ QUE AS MANEIRAS PODEM SER DIFERENTES DAS RECOMENDADAS POR CADA ESCOLA. UM FATOR CHAVE AO ENSINAR UMA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN A LER É UTILIZAR O MÉTODO DE APRESENTAR A PALAVRA COMPLETA E MUITAS CRIANÇAS SÃO CAPAZES DE COMEÇAR A CONSTRUIR UM VOCABULÁRIO VISUAL DE PALAVRAS FAMILIARES DESTA MANEIRA.

Isso, é claro, pode significar um problema quando existe a exigência de que o método fônico seja utilizado na alfabetização. Usar fonemas para decodificar palavras pode ser mais difícil para crianças pequenas com Síndrome de Down porque ele envolve habilidades como audição apurada e discriminação de sons, assim como estar apto a resolver problemas. Mas uma noção básica do método fonético pode ser adquirida por muitas crianças com Síndrome de Down e isso deve ser introduzido enquanto elas estão construindo seu vocabulário visual.

ESCRITA

Produzir qualquer forma de trabalho escrito é uma tarefa muito complexa. As dificuldades de memória curta, fala e linguagem, sistema motor fino e organização e sequenciamento de informação provocam um impacto considerável na aquisição e desenvolvimento da escrita para muitos alunos com Síndrome de Down.

Áreas de especial dificuldade:
- Colocar as palavras em sequência para formação da frase.
- Colocar eventos-informação em sequência na ordem correta.
- Organização de pensamentos e informação relevante no papel.

ESTRATÉGIAS
- Investigar recursos adicioais para ajudar a escrita como um processo físico – diferentes tipos instrumentos para escrever, apoio tátil para empunhar o lápis, linhas grossas, quadrados no papel para limitar o tamanho da letra, papel com pauta, quadriculado, quadro individual para escrever, programas de computador.
- Oferecer apoio visual – flash cards (cartões de leitura com figura ou foto e palavra), palavras-chave e símbolos gráficos escritos em cartões.
- Oferecer métodos alternativos de memorização: sublinhar ou circular a resposta correta, sequência de frases com cartões, programas de computador específicos, utilizar o método Cloze (subtração sistemática de palavras, substituídas por lacunas num texto a ser aprendido).
- Garanta que os alunos só escrevam sobre assuntos que estejam dentro de sua experiência e entendimento.
- Ao copiar do quadro, sublinhe ou destaque uma versão mais curta que focalize o que é essencial para o aluno.
- Encorajar o uso de letra cursiva para ganhar fluência.

ORTOGRAFIA

Como a leitura, não é indicado confiar apenas na fonética para resolver problemas de ortografia, uma vez que muitas crianças com Síndrome de Down estarão soletrando palavras a partir da sua memória visual. Porém, para desenvolver e expandir sua habilidade de leitura elas vão precisar aprender algumas noções fonéticas , mas o desenvolvimento nesta área pode ser mais lento do que o de seus colegas.

ESTRATÉGIAS
Devido às habilidades de fala e linguagem mais fracas e o vocabulário limitado, é importante:
- Ensinar palavras que eles entendam.
- Ensinar palavras objetivando promover o desenvolvimento de sua fala e linguagem.
- Ensinar palavras necessárias para matérias específicas.
- Ensinar ortografia da maneira mais visual possível.
- Usar métodos multi-sensoriais – por exemplo, olhe-cubra-escreva-cheque, cartões com figuras e palavras, acompanhar com o dedo as letras.
- Reforçar os significados de palavras abstratas com figuras e símbolos.
- Colorir grupos e padrões de letras similares dentro das palavras.
- Oferecer um banco de palavras com figuras agrupado alfabeticamente para reforçar o significado.
- Trabalhar atividades de ortografia no computador.
- Ensinar famílias de palavras simples e básicas.

COMUNICAÇÃO COM OS PAIS E CUIDADORES

Embora muitos pais vão à escola regularmente, um livro de comunicação casa-escola é o ideal como forma de informar as novidades do dia. Isso tem um valor inestimável, principalmente enquanto a criança ainda não possui uma habilidade de fala e linguagem muito desenvolvida para contar as novidades claramente. Tome cuidado para não transformar o livro só em um portador de más notícias.


FONTE: www.educacaoinclusivasapucaiadosul.blogspot.com Acessado em 08/12/2009

Falando de inclusão


Aprender com as Diferenças

Sandra Estêvão Rodrigues Licenciada em Psicologia, Mestra em Psicologia da Saúde, ambos os graus pela Universidade do Minho, Braga - Portugal.


O Patinho feio

O meu contributo para uma versão revista e ampliada

A D. Patiana chocou todos os seus ovos com o mesmo calor e por isso esperava todos os seus patinhos lindos e espertos. Mas um deles, ao qual chamou Patusco, não correspondia ao seu imaginário: era estranho, de cabeça achatada e uns olhos esbugalhados.

Quando mostrou os filhitos ao pai, o Sr. Patolino ficou muito desconfiado com a aparição daquele filho tão diferente. Disse à companheira que talvez ela tivesse dado uma escapadela com um pato turista. A D. Patiana ficou ofendida, era só o que lhe faltava, nascia-lhe um filho tão esquisito e ainda tinha que aguentar acusações. Pôs-se então a pensar se não teria havido alguma troca de uma das suas vizinhas de choco.

Quando percebeu que não conseguiria comprovar essa suspeita, começou a pensar que uma das patas que invejavam o seu companheiro talvez pudesse ter-lhe lançado uma maldição. E, mais uma vez, nada podia comprová-lo. Seria então algum castigo do Deus Patão por ela ter sido tão vaidosa? Ou seria um defeito genético passado de gerações anteriores e que agora se manifestava? Por mais que quisesse alguém ou alguma coisa a que atribuir as culpas, nada conseguia. Portanto, havia que assumir que era seu filho e cuidá-lo como aos outros. Mas custou-lhe muito. Chorou rios de lágrimas, sentiu-se traída pelo destino. Vendo o seu sofrimento, o Sr. Patolino concluiu que, em vez de passar a vida a discutir com a companheira, tinha era de estar do lado dela e decidirem juntos o que fazer para educar o Patusco.

Começaram por procurar a opinião do Dr. Patologista, que lhes comunicou que o Patusco tinha sofrido alterações no cromossoma 21, chamando-se a este problema “Síndrome de Down”. O que havia a fazer era estimulá-lo muito, ter mais paciência com os seus progressos e dar-lhe mimos, como a qualquer outro filho.

Assim apresentado o problema, aos pais não parecia tão difícil a situação. Porém, sofriam bastante quando saíam todos a passear e tinham de parar a cada instante para ouvir comentários de outros membros da sua comunidade: “oh, coitadinho deste patinho... que lhe sucedeu?”. Ou então: “ontem na rádio Patadas estavam a publicitar uma cura milagrosa na Patolândia! Não deveriam ir já lá?”. E ainda: “Não vamos deixar os nossos filhos brincar com esse pato esquisito... isso pode traumatizá-los!”. Por seu lado, os irmãos e familiares do Patusco andavam confusos e dividiam-se: uns tinham vergonha daquele parente, outros queriam fazer tudo por ele, até sufocá-lo de tantas atenções, mas também havia os que brincavam com ele, ajudavam quando era preciso e consideravam-no apenas mais um entre eles.

Apesar de demorar mais do que os irmãos a começar a andar e a grasnar, o Patusco ia progredindo no seu desenvolvimento. No entanto, devido à forma como muitas vezes era tratado, sentia-se demasiado diferente e andava cabisbaixo e solitário.

Chegou, então, a altura de ir para a escola. A D. Patiana foi apresentá-lo à professora, D. Patonga, que olhou para ele com um misto de curiosidade e apreensão, dizendo: “mas eu não posso aceitar esse patinho para a minha escola! É que eu não sei o que fazer com ele, nunca tive um aluno assim!”. Ao que a D. Patiana respondeu: “sabe, eu também nunca tinha tido um filho assim! Ninguém me preparou para isto, mas tenho aprendido!”. Perante estas palavras, a D. Patonga ficou sem argumentos e, balbuciando, disse que iria tentar e ver o que conseguia.

Logo que se comprometeu a incluir o Patusco na sua escola, a D. Patonga mantinha os mesmos objectivos para ele, mas experimentava várias estratégias, inventava actividades para todos participarem, chamava os pais para conversar. O Patusco tinha muitas dificuldades em aprender, por isso tinham de deixar que ele fosse até onde conseguia ir.

Entretanto, a mãe de um dos colegas falou à D. Patiana de uma sua vizinha que tinha uma filha com problemas parecidos aos do Patusco, mas que não ia à escola e era muito protegida. A D. Patiana foi conversar com a mãe, a D. Patelma. Esta, apesar de ter começado por perguntar para que serviria mandar a sua filha Patufa para a escola, acabou por se convencer que seria melhor enviá-la, para que se desenvolvesse junto com os outros.

Um dia, a D. Patonga chamou à escola outro professor que sabia bastante sobre a tal Síndrome de Down, podia falar-lhes sobre o assunto e ajudá-los nalgumas aprendizagens mais específicas. Foi assim que o Sr. Patosé conheceu aqueles pais e os pôs em contacto com outros que tinham filhos com o mesmo problema. Eles ficaram satisfeitos por perceberem que afinal havia outros nas mesmas circunstâncias, com quem podiam aprender como resolver algumas dificuldades. Organizaram vários encontros para conversarem sobre as suas dúvidas e, num deles, apareceram os pais de um colega de classe do Patusco que não aparentava qualquer dificuldade. Curiosos, perguntaram-lhes o que faziam ali, ao que responderam que todos podiam aprender uns com os outros as dificuldades de serem pais. Disseram ainda que estavam satisfeitos porque verificavam que o seu filhito estava mais crescido e solidário por conviver com patinhos diferentes.

Nas grandes festas Patoninas, D. Patiana sugeriu que convidassem o Patony, um cantor que tinha Síndrome de Down, para ir animar a festa e o jornal Bico de Pato foi lá fazer uma reportagem.

No dia seguinte, D. Patelma foi ter com a D. Patiana, levando o jornal, dizendo toda eufórica: “já viu, podíamos treinar a Patufa e o Patusco e quem sabe venham a ser assim famosos!”. A D. Patiana retorquiu um pouco indignada “já ouviu como os nossos filhos são desafinados a cantar o hino quá quá, como acha que vão agora tornar-se cantores? Eles saberão fazer outras coisas bem, mas cantar é que não! Sugeri o Patony porque gosto de o ouvir, especialmente aquela música da pata na poça!”. A D. Patonga, que se aproximava, meteu a sua bicada na conversa: “claro, claro, não temos de ter todos as mesmas dificuldades nem as mesmas competências.

Além disso, não é a deficiência que faz o Patony ser melhor cantor, nem deve ser essa a principal característica de alguém”. A D. Patiana rematou: “só faltava agora acreditar-se que uma deficiência torna os que a têm bonzinhos”. E contou-lhes a história de um pato que não andava e que tentava usar a pena que despertava nos outros a seu favor. Foi então que o Patusco declarou “eu sou diferente, mas quero ser igual a todos!”. E D. Patelma, com um ar sonhador, disse: ”então devia haver um lugar para cada um de nós, independentemente de como sejamos fisicamente...”. A D. Patiana sorriu e disse “é para isso que trabalhamos, queremos uma oportunidade para todos, ainda que diferentes na igualdade da nossa espécie”. O Patusco acrescentou: “eu não quero estar contente só com a Patufa e com os que são iguais a mim, quero brincar com os outros também!”. E D. Patonga afagou-lhe a cabeça com um ar vaidoso pelo seu pupilo.


Clicar nos links para fazer o download:
MEU AMIGO DOWN NA ESCOLA.rar
Tempo de inclusão 1.rar

Susan Boyle.pps
CONDUTAS TÍPICAS.rar
jogos com libras.rar

FONTE:http://dialogoeducacao.blogspot.com/search/label/Inclus%C3%A3o
Acessado em 08/12/2009

domingo, 6 de dezembro de 2009

E quem não é diferente?”

GRUPO E:
1. Nome do grupo: E quem não é diferente?














2. Qual a formação do grupo?
Ana Emilia do Pinho Assumpção
Aura Alice Machado Ferreira
Maria Raquel Pohlman da Silveira
Vera Lucia Grala Souza e Silva
3. Quem será o coordenador dos trabalhos do grupo?
A coordenação será compartilhada entre todos.
4. Como se dará a comunicação entre os integrantes do grupo e a elaboração dos textos e materiais do Seminário?
Vamos trabalhar utilizando basicamente o fórum ambiente e-proinfo , e-mail e blog interativo.
5. Como se dará a sistemática de elaboração?
Nossos encontros realizar-se-ão basicamente através do Forum do ambiente E-proinfo, utilizando também comunicação via e-mail. À medida que cada um deixa a sua contribuição o texto vai sendo produzido colaborativamente, pois cada um tem a oportunidade de alterar o texto do colega para dar sentido na produção como um todo.



Mensagem
Vídeo : SÍNDROME DE DOWN
Disponibilizado em :
http://www.youtube.com/watch?v=jhuT9ggD7oI&feature=related




PERFIL DO ALUNO:
- Idade atual: 7 anos
- Série: 1ª Ano do Ensino Fundamental
- Sexo: Feminino
- Dificuldades específicas:
Demanda muito trabalho, não só a menina, mas principalmente a família que não aceita e nem ajuda. A menina é extremamente comprometida, usa fraldas, não fala, é agressiva. A menina tinha sido deixada pela mãe no hospital, num município próximo para adoção e a mãe, adotiva, recebeu-a muito pequena sem se aperceber da síndrome. Segundo contou a mãe, com 3 meses observou a diferença, que é marcante nesse tipo de “anomalia” e arrependeu-se da adoção, tentou devolvê-la, mas como não conseguia, manteve a menina quase que fora do mundo apenas em casa. Na idade escolar matriculou-a como uma aluna “normal”,quando a escola recebeu a menina todos ficaram atônitos diante da realidade.





PREPARAÇÃO PRÉVIA DO PROFESSOR
A escola que irá recebê-la necessita de um detalhado estudo sobre o seu desenvolvimento geral, seu histórico familiar, é preciso fazer um diagnóstico cuidadoso para saber se elea necessita de um "Plano Individualizado de Adequação Curricular". Este plano de ensino deverá ser elaborado por uma equipe constituída pelos professores da classe, um professor especializado (caso a escola possua), professor coordenador pedagógico e familiares. É preciso conhecer também quais são as limitações deste aluno em particular, descobrir qual é o ritmo dele, as maiores dificuldades e facilidades.
Iniciar um ano letivo traz sempre uma ampla gama de sentimentos. Famílias vêm com suas expectativas e valores. Crianças curiosas, inseguras, desafiadoras chegam com seus lápis e cadernos reluzentes.
A professora entra na sala cheia de idéias e energia, ávida em conhecer seus novos alunos, estabelecer os primeiros contatos: que bom seria se todos fossem obedientes e interessados... Que bom seria se todos chegassem no horário, se todos se comportassem bem, se quisessem ir ao banheiro ao mesmo tempo. Que maravilha seria se todos ouvissem igual, entendessem igual, interpretassem igual, aprendessem igual. Se todos aprendessem a ler e escrever no mês de maio, se entendessem a diferença entre côncavo e convexo no mesmo dia, se compreendessem os efeitos do aquecimento global em uma só aula, se todos resolvessem equações algébricas sem dificuldades.
Que maravilha seria... Será que seria mesmo? Seria mesmo tão bom ter diante de si 20 ou 30 seres humanos iguais, que aprendessem do mesmo jeito e ao mesmo tempo? Mais do que improvável, seria chato!


PREPARAÇÃO PRÉVIA DO PROFESSOR
É na diversidade que se aprende, do inesperado é que nascem as idéias, do desequilíbrio é que se faz a transformação. A sala de aula é o local onde se encontram diferentes crianças, vindas de diferentes famílias, cada uma com sua história e seus valores. Querer fazer desse universo uma massa homogênea seria um grande desperdício: quantos pequenos mundos estarão orbitando naquele espaço, construindo e ampliando suas trajetórias reciprocamente nesta convivência?
RECEIO?
O professor que sente receio diante daquele aluno tão diferente (será mesmo?) dos colegas, provavelmente ainda não percebeu que todas as crianças são diferentes umas das outras, e que cada aluno merece um ensino personalizado. Por algum tempo se pensou que inclusão seria receber um aluno com deficiência e procurar torná-lo igual aos seus colegas. Hoje sabemos que incluir significa exatamente o contrário: o aluno é diferente e todos os seus colegas também o são. Ou seja, todos os alunos são diferentes! O professor, diante de um aluno com SD, pode ficar receoso devido ao desconhecimento do tema e aos preconceitos adquiridos em formações acadêmicas que ainda não previam o respeito à diversidade. Este professor, além de rever o modo como ensina, terá a oportunidade de rever seus conceitos e adaptar-se internamente para incluir. Preparar-se para receber esse aluno é preparar-se para crescer. É ter a coragem para abrir-se para o desconhecido - quando enfrentamos situações novas, buscamos e exercitamos todas as nossas possibilidades e recursos internos, muitas vezes insuspeitados.



ANSIEDADE ?
A ansiedade, um sentimento natural quando o ano começa com uma nova classe de alunos, e também natural no professor que conhece uma criança que inicialmente parece fugir dos padrões, pode ser positiva ou negativa. A ansiedade positiva o leva à busca de informações, instiga sua curiosidade e exercita sua criatividade. A ansiedade negativa congela, impede atitudes, traz consigo a tendência a produzir, estimular e se dedicar menos, reduzindo expectativas para evitar frustrações. Esta ansiedade se atenua à medida que o professor percebe que não precisa saber tudo, dar conta de tudo, resolver tudo, à medida que vê os pais e terapeutas como aliados, e passa a acreditar em suas próprias capacidades, bem como nas do seu aluno. Reconhecer seus sentimentos em relação à inclusão e procurar orientação, ajuda e informações, conhecer outras experiências conversando com outras professoras, com a família e os profissionais envolvidos com a criança é uma das formas de realizar um bom trabalho e superar o receio inicial.

TRANQUILIDADE?
A tranqüilidade estará presente no professor que encara este aluno como mais um, naquele que segue uma abordagem individualizada de ensino, que tem informações atualizadas sobre a Síndrome, ou que simplesmente acredita que todas as crianças, devidamente orientadas e mediadas, aprendem. É esse o sentimento poderoso na inclusão: acreditar. Acreditar que, como professor, pode dar o máximo de si para ensinar, e que seu aluno, com ou sem deficiência, estará dando o seu máximo também.


INDIFERENÇA?
A indiferença talvez seja o sentimento que traz mais riscos à aprendizagem do aluno. O professor que encarar seus alunos de modo indiferente e superficial, colocar-se em um papel passivo na inclusão da criança com qualquer tipo de dificuldade, ou que optar em não enfrentar ou reconhecer a situação de aprendizagem de seu aluno, terá poucas chances de sucesso. O professor que assume esta postura em relação à aprendizagem de qualquer aluno deve reconsiderar suas escolhas.

Ensinar é sempre um desafio.
Mesmo o professor que se amedrontou inicialmente diante do aluno com SD, que em um primeiro momento pensou em fugir da situação e que poderia ter optado por um ano inteiro de "você faz de conta que aprende e eu faço de conta que ensino", pode afinal perceber que o aluno com SD (ou com mau comportamento, baixa visão, surdez, paralisia cerebral,...) é capaz de aprender desde que ele exerça seu papel de educador em sua plenitude.

Reportagem: Revista Nova escola Edição Especial | Julho 2009 | Título original: Aprender a superar
Os fundamentos das deficiências e síndromes
Conhecer o que afeta o seu aluno é o primeiro passo para criar estratégias que garantam a aprendizagem
Disponibilizado em:
http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/educacao-especial/aprender-superar-511027.shtml
• Diagnóstico das condições do aluno
E o que significa, afinal, receber um aluno com SD em sua sala?
Significa, antes de tudo, outro aluno, mais um aluno. A Síndrome de Down se caracteriza por alguns sinais físicos que fazem com que pessoas com a Síndrome sejam parecidas entre si, o que pode levar a posteriores generalizações. Porém, crianças com SD são muitos diferentes entre si, com variados níveis de funcionamento cognitivo, lingüístico, emocional e social. Portanto seu aluno com SD vai se beneficiar com uma avaliação acurada e detalhada para que se possa estabelecer o que ele já sabe, suas competências e suas necessidades (bom mesmo seria se essa avaliação pudesse ser feita com todos os alunos!). Neste momento, passa pela mente do professor o seu dia cheio de atividades, 20 crianças solicitando sua atenção, atividades a preparar e tarefas a corrigir, e um pensamento inevitável: "Como vou arranjar tempo para fazer uma avaliação detalhada?"
• Diagnóstico das condições do aluno
Ela é perfeitamente possível, se abranger um parecer dos pais do aluno, laudos de desenvolvimento dos terapeutas que eventualmente o acompanham, dos professores e/ou escola do ano anterior, além de uma observação inicial feita pela própria professora, buscando traçar preferencialmente o conhecimento que o aluno já traz, suas habilidades e talentos, e os canais mais eficientes para se alcançar sua aprendizagem. Uma avaliação que pretenda o levantamento de competências que mostram caminhos, e não apenas das dificuldades que parecem representar grandes obstáculos.


• Diagnóstico das condições do aluno
Tendo em mãos estas informações vindas de diferentes fontes, estabelecendo uma rede de apoio com pessoas de dentro e de fora da escola, será possível delinear os caminhos a seguir (abordagem), as metas a atingir (conteúdos) e as ferramentas a utilizar (estratégias), da mesma forma que se pré-estabelecem para todos os alunos. Mas o grande truque da inclusão é não se fixar no pré-estabelecido. É claro que ensinar a uma turma sem uma direção pretendida seria submergir no caos da liberalidade exagerada, mas incluir (ou melhor, ensinar a todos) significa estar aberto a mudanças, a revisões de percurso, à busca de novos recursos, à criação ou resgate de novas estratégias e materiais, a admitir que preconceitos e rotas pré-determinadas podem sub ou superestimar rendimentos e funcionamentos.
Deixar que as coisas aconteçam no seu tempo, sem descuidar ou adotar atitude passiva, permite que a criança se sinta segura e confiante e dessa forma possa se mostrar. É importante explorar a fase inicial do ano letivo, estabelecendo uma relação positiva e saudável que auxiliará no enfrentamento de novas situações, sejam elas de conquista ou de dificuldades encontradas. Uma relação baseada em sentimentos firmes de confiança e credibilidade permite a experimentação, o acerto e erro e promove aprendizagem.
Saber desta criança, conhecer sobre a síndrome, sobre o histórico escolar e de vida é sem dúvida importante, mas acreditar, sem deixar de ser realista, nas possibilidades da inclusão é o que vai permitir que essa seja uma história bem sucedida. O que faz muita diferença é a autorização que o professor se dá de ensinar a esse aluno, de acreditar nele sem medo de se frustrar como mestre, de permitir que se expresse e aja de acordo com o que consegue e pode, evoluindo sempre. A espontaneidade nas atitudes, no jeito de lidar e responder a esta criança de forma positiva serve como combustível para despertar o desejo e a curiosidade de aprender. Escutar a criança, dar espaço para que se expresse e aprenda, vivencie e pratique é caminho de sucesso no processo ensino-aprendizagem.

• Adaptação do aluno à sala
Quando falamos de adaptação, estamos nos referindo ao direito que toda criança tem de ter uma aprendizagem personalizada, que respeite seu nível de funcionamento, suas individualidades, suas idéias. Esta personalização deveria acontecer em dois níveis:
- na aprendizagem: ninguém consegue construir algo a partir do que não sabe, não conhece. Personalizar a aprendizagem da criança significa definir de onde se está partindo, o que ela já sabe e como aprende, para então poder definir o que ela precisa e o que pode aprender, ou seja, onde se quer chegar. E este prognóstico de aprendizagem precisa ser aberto, ampliável e positivo, fugindo da tendência a subestimar capacidades (tanto no ensinar, quanto no aprender). Assim, a evolução acontece em um processo mais tranqüilo, mais harmonioso, para o aluno e para o professor.
A personalização da aprendizagem vai dizer respeito também ao conceito de auto-determinação : "nada sobre nós sem nós!", a criança como personagem atuante neste processo, o que vai exigir uma revisão constante de caminhos e expectativas. O verdadeiro aprendiz não é aquele que só ouve, compreende, responde e executa. É também aquele que pensa, fala, pergunta, argumenta e propõe. Aprendizagem é isso. E a escola deve estar pronta para transitar nestas duas vias, se quiser formar cidadãos participativos e autônomos.
- no ensino: além das adaptações que se fizerem necessárias para que a aprendizagem da criança com SD ocorra do melhor modo possível, seja nas adequações de acesso, de estratégias, de conteúdos ou de avaliação, é importante ainda personalizar a relação professor-aluno. O professor precisa reconhecer seus próprios sentimentos para poder entendê-los e superá-los quando negativos, em um processo de revisão permanente e contínuo para que se encontrem sempre novas possibilidades. Lidar as com limitações de um aluno faz refletir sobre suas próprias, além de estabelecer novas regras e promover a busca de outros caminhos. Questionamentos são necessários, e devem começar com o professor em relação a si mesmo.




















O que significa se preparar para incluir?
Conhecer a si mesmo

Ter mais opções disponíveis para ensinar

Reorganizar expectativas para o possível

Caminhar passo a passo

Olhar de verdade


Como podemos definir o que é adaptar?
- não eliminar nem diminuir aprendizagens antecipadamente.
- transformar potencial em capacidade.
- rever conteúdos na ótica individualizada.
- um processo de ir e vir.
- não é um processo "formatável", mas flexível, dinâmico, criativo de acordo com o que
cada aluno expressa.
- requer interesse e motivação, particular a cada aluno.
- não é um conceito fechado.
- envolve a prática e pretende a funcionalidade.
- parte do simples e dominado para o novo.
- ter em mente que informação simples e pura não significa necessariamente aquisição
de conhecimento.
- estar atento a dificuldades de comportamento que podem comprometer a
aprendizagem. A adaptação de conteúdos começa pela adaptação de estratégias de
relacionamento, conduta e regras de sala.
- um outro ritmo.
- lançar mão de facilitadores: uso de agenda entre pais e escola, antecipação de
conteúdos, favorecer a relação pais-escola-profissionais, estimular a utilização de
macetes, estratégias mnemônicas, e todo tipo de comunicação.




















Adaptar é fazer o máximo dentro do que é possível
Adaptar significa abrir-se a uma nova mentalidade, percebendo que ao ensinar crianças heterogêneas, com respeito e individualização, tem espaço a criatividade do professor, que com flexibilidade vai priorizar informações, a partir do conhecimento que tiver sobre o aluno e seu funcionamento, buscando alternativas e ocupando o lugar que é seu por escolha: o de ensinar, e a todos.

Adaptações físicas da sala:
Adequar apenas a escola, porém, não basta. As mudanças necessárias são maiores do que a instalação de rampas, elevadores e banheiros adaptados. Elas precisam chegar à sala de aula, onde muitas vezes atitudes são mais bem-vindas do que grandes reformas.
Reportagem:
Uma escola sem barreiras: espaços adaptados para alunos com deficiência
Com criatividade o envolvimento da equipe, medidas simples podem facilitar o acesso e a inclusão de todos

Disponibilizada em:
http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/educacao-especial/escola-barreiras-495635.shtml

Instalação de artefatos tecnológicos necessários
Recursos para a educação inclusiva
Reportagem Revista Escola, disponibilizado em
http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/educacao-especial/aprendizado-mais-facil-424764.shtml
Instalação de artefatos tecnológicos necessários
Com o uso cada vez menor do livro texto e do quadro negro e o aumento do aumento do uso das novas tecnologias de comunicação, caracterizadas pela interatividade; pela sua capacidade de uso individualizado; pela capacidade de simular eventos do mundo natural e do imaginário; com a mudança do papel do professor, aumentando a participação ativa do aluno; a motivação para a aprendizagem surge no aluno, de dentro para fora, em vez de ser algo externo para a aprendizagem surge no aluno, de dentro para fora, em vez de ser algo externo e há o reconhecimento de que a aprendizagem permanente daqui em diante será uma tarefa constante na vida profissional e pessoal de todos.
Nogueira (2001) menciona alguns softwares existentes no mercado a suas possibilidades de estímulos para as diferentes áreas do espectro de competências:
Jogos: caráter mais pedagógico;
Softwares de simulação: permitem que o usuário trabalhe com a lógica;
Softwares gráficos: trabalham com as áreas pictórica e espacial;
Processadores de texto: trabalham com a área lingüística.
Softwares que trabalham com música e som: trabalham com a área musical.

Solução para entraves ao desenvolvimento didático devido à deficiência
A pessoa professora regente é quem passa mais tempo com o aluno e tem claros os objetivos que quer alcançar com os demais alunos,
Porém, professores podem declarar que não têm tempo, nem conhecimentos específicos para atender necessidades educativas especiais. Assim os apoios podem ser proporcionados por profissionais como professores especiais, pedagogos, fonoaudiólogo ou por outros professores da escola que tenham disponibilidade de tempo para reforçar determinados aspectos curriculares.
Outra estratégia de apoio é a utilização de colegas da criança, que teriam a função de ajudar no que possam. Outra forma ainda é o reforço realizado fora da escola para trabalhar os conteúdos escolares, feito pelos pais, por profissionais ou instituições especializadas, fonoaudiólogo, psicólogo, psicopedagogo, procurando auxiliar a criança enquanto sua inclusão ainda não está consolidada, desenvolvendo habilidades complementares que nem sempre a escola consegue dar: autonomia, habilidades sociais, cálculo, psicomotricidade, leitura e escrita, manejo do dinheiro, etc.
Quando se deve apoiar?
Os conteúdos escolares de reforço para crianças com SD podem ser trabalhados antes, durante e depois da aula. Uma vez determinados os objetivos para o aluno, se faz uma sequenciação, distribuindo os conteúdos por sessões. Cada sessão de aula tem, portanto, um plano de trabalho claro e conteúdos definidos, que podem ser explicados à criança antes da aula, de modo que chegue à classe com as noções básicas do que vai ser visto. Pode receber reforço depois da explicação ao grupo, depois da aula, de maneira que em outro horário reveja os aspectos que não entendeu ou que não teve tempo suficiente para assimilar. E pode também receber reforço durante a aula, como a ajuda de um outro professor, de um colega ou do próprio professor regente, logo após a explanação para toda a turma.
Qualquer destas táticas de intervenção permitirá à criança com SD seguir os conteúdos da aula com maior facilidade. Mais ainda, se pode empregar a estratégia combinada - na Espanha chamada de "cabeço e rabo" - que proporciona apoios antes e depois da aula, preparando o aluno previamente e reforçando posteriormente o trabalho feito na classe.
Onde se faz este apoio?
Uma possibilidade é que o apoio aconteça fora da sala regular, em uma sala separada, de forma individual ou em pequenos grupos. Esta opção tem o inconveniente de que o aluno com SD perderá experiências educativas com seus companheiros. Mas tem a vantagem de trabalhar individualmente alguns conteúdos adaptados ao aluno, que às vezes podem ser bastante diferentes aos dos colegas, além de possibilitar o trabalho dirigido a questões específicas que podem estar comprometendo a aprendizagem globalmente: programas de reforço da atenção, memória, autonomia, linguagem, etc. Sem dúvida, o aluno também poderá receber o apoio dentro da sala regular. O trabalho simultâneo de dois professores dentro da classe é uma modalidade de apoio que pode beneficiar a todos os alunos e requer um trabalho conjunto sistematizado e bem coordenado dos educadores, que deverão programar juntos os objetivos e atividades utilizadas na sala de aula.
A missão fundamental do professor de apoio não pode se reduzir a fazer tarefas com o aluno para que possa seguir o ritmo dos demais, nem a corrigir suas condutas inadequadas para que o professor regente possa dar sua aula com tranqüilidade. É importante que seus objetivos incluam um investimento no trabalho autônomo da criança, sua participação ativa na classe, a realização de atividades ao mesmo tempo com os colegas e a melhora de sua atenção. O objetivo maior do professor de apoio é o de vir a ser desnecessário, com o aluno que seja suficientemente autônomo para estar na aula de forma participativa, ativa e produtiva.

Quais conteúdos vão ser reforçados ou apoiados?
A avaliação criteriosa do aluno e a elaboração das adequações curriculares individuais definirão os seus objetivos e conteúdos. A partir disto, se definirão os conteúdos que requerem um trabalho de apoio ou reforço.
É provável que à medida que avança no Ensino Fundamental, o aluno vá necessitando de apoios ou adaptações mais significativas. Mas não há como generalizar. Cada aluno, cada matéria, deverão ser objetos de análise e adequações específicas e personalizadas.
- Como fazer?
Para que um aluno com SD (ou outras necessidades educativas especiais) possa aprender e estar realmente incluído na escola regular, o professor, além dos apoios propriamente ditos, pode tomar outras medidas complementares para aumentar a participação deste estudante. São medidas que não vão exigir um esforço excessivo do professor, vão auxiliar o aluno com SD e poderão produzir melhoras na aprendizagem de todos os alunos da classe.

Ações de acolhimento coletivas, que incluam os demais alunos e outros atores
Medidas relacionadas aos colegas:
- os colegas podem receber uma breve explicação sobre a Síndrome de Down.
- deve-se levar em conta que a forma como os colegas vão interagir com o aluno com SD terá como modelo a interação da professora com este aluno.
- é interessante criar a figura do aluno tutor ou de acolhida, válido para qualquer aluno novo que se incorpore à sala, que o acompanhará e ajudará nos primeiros dias.
- realizar atividades com diversos tipos de agrupamentos, pares, pequenos ou grandes grupos, para oportunizar a socialização

Ações de acolhimento coletivas, que incluam os demais alunos e outros atores
Medidas para a classe:
- estruturar as aulas para todos os alunos, dando uma idéia geral do conteúdo e objetivos no início, resumindo os pontos-chave à medida que a aula vai avançando e realizando uma revisão e resumo ao final.
- estratégias de organização da informação. Confeccionar antes de cada tema um mapa conceitual, um quadro resumido ou em esquema prévio, que englobe as principais idéias da aula, para que todos os alunos conheçam antecipadamente o que vão trabalhar nas próximas horas ou dias e elaborar um resumo final ao concluir o tema.
- ressaltar as idéias fundamentais de cada aula, seja sublinhando ou destacando partes de textos, ou a partir de dicas ou resumos. Desta forma, o professor ajuda os alunos a realizar tarefas de síntese, destacando o essencial.
- organizar as aulas programando momentos para realizar supervisões individuais dos alunos ou ajudas relativas a aspectos concretos em que possam ter dificuldades. Cinco minutos após uma explicação ao grupo para que o professor se aproxime do aluno com SD e comprove que entendeu, podem ser suficientes.
- animar os colegas para que apóiem o amigo com SD e o ajudem em suas tarefas. A tradicional regra escolar que afirma que "Não se pode colar" pode ser desconsiderada aqui, pois se o objetivo final é a aprendizagem de todos os alunos, em muitas ocasiões uma breve explicação ou modelo de um companheiro é mais efetivo que todos os esforços do professor.

Desenvolvimento de atividades visando integração com os outros alunos
- Ter previstos momentos de descanso na aprendizagem intercalando atividades. Encurtar os tempos de trabalho. Dois períodos curtos de atividades podem ser mais produtivos do que um período longo e cansativo.
- confeccionar um banco de materiais na sala, com atividades para cada unidade didática com diferentes níveis de dificuldade para os diferentes alunos, de reforço para os que necessitam consolidar as aprendizagens e de ampliação do conhecimento adquirido para os mais ágeis em aprender. Por exemplo, podem existir textos longos e textos curtos para cada tema.
- planejar atividades variadas para um mesmo objetivo, utilizando materiais ou estratégias diversos, para que sejam acessíveis aos que aprendem de formas diferentes.
- realizar uma distribuição flexível de espaços e tempos. Por exemplo, distribuir a turma em zonas de atividade ou tarefas e com horários em função do ritmo do trabalho dos alunos.
- limitar as exposições orais, complementando-as sempre que possível com outras formas de atividades, mais práticas e funcionais, que impliquem numa maior participação do aluno.
- revisar com freqüência o que foi trabalhado anteriormente, para verificar que as capacidades adquiridas não tenham sido esquecidas e que se está produzindo uma verdadeira consolidação da aprendizagem.

Execução de exercícios e provas
- Utilizar os pontos fortes para melhorar sua aprendizagem. Empregar o ensino baseado em imagens e objetos, com apoio visual para facilitar a memorização e a aplicação prática em situações reais. Por exemplo, painel com os horários de atividades, para que saiba sua rotina. Estratégias que auxiliam sua postura de estudante e comportamento adequado: cartazes espalhados pela escola com orientações, as regras, os horários, etc. Cartazes com assuntos trabalhados, temas atuais.
- a aprendizagem por meio de modelos ou por observação pode ser mais destacada nas crianças com SD. Permitir que o aluno tome seus colegas como referências antes ou durante a atividade.
- levar em conta também seus pontos fracos, por exemplo, limitando as exposições verbais em sala, reduzindo as exigências de expressão oral ou adaptando as explicações e tarefas à sua capacidade de atenção.
- se o aluno com SD tem dificuldades em captar informações por via auditiva:
- falar com a criança comprovando que esteja atento, olhando no rosto e transmitindo-lhe mensagens diretas, curtas, concisas e sem duplo sentido.
- sentar-se nas carteiras da frente.
- reforçar as exposições, instruções e ordens orais com expressões faciais, sinais ou gestos.
escrever as palavras-chave e o vocabulário novo na lousa.
- conceder tempo suficiente à criança para que processe a informação e possa responder, respeitando a lentidão de sua resposta.

Trabalhos cooperativos com outros alunos
É muito importante que o professor de apoio seja visto como pertencendo a toda classe, dando ajuda a todas as crianças que necessitarem, e não como propriedade da criança com SD. Desta maneira, outras crianças da classe se beneficiam com o apoio extra. O professor da turma é o responsável pela diferenciação das atividades, e o professor de apoio poderá adaptar atividades se e quando necessário. O professor-regente nunca deve abdicar de sua responsabilidade pelo aluno com SD.

Além disso, o apoio não deve consistir apenas e nem principalmente na professora ajudante trabalhando individualmente com a criança, especialmente quando isso requer saídas da classe, o que deve ser evitado ao máximo. Embora vá haver vezes em que algum trabalho individual seja requerido, isso só deve ser feito em último caso e dentro da sala de aula, sempre que possível.
É importante estar ciente de que ajuda individual demais pode privar a criança de:
ser beneficiada da estimulação e modelos proporcionados pelos colegas.
aprender a trabalhar cooperativamente.
aprender a trabalhar independentemente.
desenvolver relações sociais com seus colegas.
O excesso de ajuda individual também pode levar a uma familiaridade grande demais e à dependência da criança ao profissional de apoio, além de ser uma relação intensa demais tanto para a criança quanto para o ajudante.
Trabalhos cooperativos com outros alunos
O professor mediador valoriza a aprendizagem como esforço, e não como resultado. Envolve os colegas, outros professores, os pais de seu aluno, demonstrando que podemos ensinar dando ferramentas para que todos os alunos desenvolvam o hábito de pensar, refletir sobre as situações, fazer escolhas e determinar estratégias para solucionar problemas, e que possam participar das decisões, sem ser apenas o objeto delas.
A visão cooperativa da aprendizagem escolar é instrumento de grande valor, quando se usam recursos e estratégias que envolvem todos os alunos, dando ao que tem necessidades especiais um papel que respeite suas habilidades. Habilidades essas que devem ser descobertas, desenvolvidas e utilizadas na valorização deste aluno perante a turma, promovendo sempre sua auto-estima, porém sem descuidar das regras gerais e bom comportamento. Mediar a aprendizagem de um aluno é envolvê-lo efetivamente no processo, dar a ele a devida importância como protagonista de sua aprendizagem, e não apenas depositário de informações.
Concluindo, apoiar é feito de gente, de estratégias, de recursos, de materiais, de flexibilidade e até de percepções mais subjetivas. O bom-senso às vezes pode ser o canal mais criativo - vai permitir ao professor reconhecer e respeitar o que seu aluno está precisando para aprender melhor naquele preciso momento: ilustrações sobre o que está sendo dito, ou sentar-se mais perto do professor ou do amigo, ou de um auxiliar que lhe aproxime do conteúdo, ou... O importante é olhar e querer ver. É acreditar e querer fazer. Esse é o apoio mais importante de todos.


Avaliação do aluno
Nosso aluno apresenta particularidades e necessidades educativas diversificadas e requer, em conseqüência disso,uma avaliação individualizada e formas de intervenção didático-metodológicas as mais variadas possíveis. Por isso, torna-se indispensável uma avaliação criteriosa e completa do aluno, e orientações práticas e objetivas de toda a equipe que o acompanha, visando possibilitar mecanismos funcionais e de melhor aprendizagem. Considerar também seu rendimento diário.

Avaliação do aluno
Para que a avaliação do aluno com deficiência saia a contento, é importante ter em mente o que se quer que ele aprenda, quais são os objetivos que ele deve atingir e os conteúdos a dominar. Outra tarefa é determinar as metodologias e estratégias que serão adotadas. Nesse sentido, vale lembrar que todas as atividades oferecem elementos para avaliação. Atitudes muito simples, como se reunir em grupo, permanecer sentado na carteira, se alimentar, cuidar da higiene pessoal sozinho e utilizar os materiais escolares corretamente podem ser considerados grandes avanços para estudantes com deficiência intelectual. A observação de todos no dia a dia é sempre de grande valia para o professor.

O educador não pode apenas procurar o que está errado no aluno. O importante é verificar o que ele foi capaz de aprender. E, no caso das crianças e dos jovens com deficiência, pequenas atitudes são sempre indícios de progressos, mesmo que eles não apreendam todo o conteúdo que você tentou ensinar na sua disciplina.

Para acompanhar a aprendizagem das crianças, é preciso fazer registros diários sobre o desempenho delas e compilar os trabalhos que realizam em sala. Esse material pode ser transformado num portfólio (arquivo da produção dos alunos). A periodicidade com que esses registros são transformados em notas depende da política educacional de cada escola. Pode ser bimestral ou trimestral.

O importante é que esses progressos sirvam de instrumento para que você verifique o que cada um aprendeu e, especialmente no caso dos alunos com deficiência, planeje estratégias diferenciadas para que eles não parem de avançar. Essa verificação também servirá para o planejamento dos objetivos seguintes. Assim você sempre poderá determinar com mais segurança o que ensinar a cada etapa e qual a maneira mais apropriada de fazer isso.

Interação com a família do aluno
Torna-se necessária a interação com os pais para enfrentamento do problema com realidade, pois é a família a primeira instituição que se encarrega de assentar as bases para a integração ou não dessa criança na sociedade. Também é preciso que os pais tenham um acompanhamento diário das atividades realizadas em classe e em casa, despertando a motivação e o interesse do aluno pelo estudo em seu novo ambiente.
Reportagem : Família, criança e escola: um trio afinado
A família, que mais conhece a história da criança, é essencial na relação com a escola e o atendimento especializado
Disponibilizada em: http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/educacao-especial/trio-afinado-511141.shtml
Revista Escola Edição Especial | Julho 2009 | Título original: Um trio afinado

A participação das outras famílias
A aprendizagem sobre a importância da inclusão chega até os pais. "Eles aprovam a experiência diária dos filhos. Muitos contam que as crianças se tornam mais cooperativas. A mudança de atitude é fruto de muita conversa e da parceria com as famílias. No início das aulas, os pais podem participar de uma reunião em que a equipe pedagógica explica os procedimentos da inclusão e qual o papel da garotada nessa área. Ao longo do ano, também pode-se proporcionar seminários, em que podem tirar dúvidas e sugerir temas de discussão.

Nas escolas espaços abertas às diferenças, as crianças com deficiência ganham muito, pois são estimuladas constantemente a avançar e as demais aprendem a respeitar os colegas. Os pais, que estudaram em escolas onde a convivência com as diferenças não fazia parte da proposta, têm a oportunidade de aprender junto com os filhos um comportamento solidário e cidadão.

Conclusão
Desde o princípio, uma meta precisa estar focada: a autonomia.
É nessa direção que se quer caminhar, chegando a ela com bagagem máxima ou com os mínimos instrumentos necessários. Como para todos os alunos, o professor deve ter em mente não apenas transmitir conteúdos formais, mas sim conteúdos de vida, pré-requisitos para uma autonomia real. Estimular a criança a pensar, perceber e analisar o que está acontecendo a sua volta, levantar possibilidades de resolução de problemas e de escolhas, buscar novas alternativas. A criança que se desenvolve dessa maneira apresentará maior facilidade na assimilação de novos conteúdos e manifestação daquilo que sabe.

E o seu aluno vai precisar de adaptações curriculares?
Vão ser necessárias adequações de estratégias? Ele vai acompanhar seus colegas? Não há como saber antes de começar a ensinar e a observar sua aprendizagem. O importante é não iniciar com baixa expectativa, esquartejando conteúdos, supondo um limite de aprendizagem que apenas o tempo e o cotidiano saberão definir.
Deixe que seu aluno o surpreenda!

Não existe nada mais simples e verdadeiro
...do que dizer que a melhor maneira de receber o aluno com SD é recebê-lo de braços e coração abertos, permitir-se olhar aquela criança ou jovem além da síndrome e das eventuais dificuldades que possa trazer. Acreditar nas possibilidades. Se a escola focar suas expectativas e estratégias apenas nas dificuldades do aluno com SD, logo se verá frustrada e desmotivada, pois a defasagem pode acontecer efetivamente. Mas se o foco estiver em suas habilidades e em uma visão competencial da aprendizagem, maior será o resultado alcançado pelo professor, pelo aluno que parecia tão diferente e por seus colegas que certamente também terão seu ensino positivamente contaminado por este modo inclusivo de ver o jeito de aprender de cada um.

A proposta pedagógica deve
levar em conta também as necessidades de adaptação dos alunos com deficiência a pessoas e ambientes novos. É comum essas crianças e jovens, assim que entram na escola regular, não quererem permanecer mais do que cinco minutos dentro da sala de aula, terem comportamento agressivo ou se refugiarem no isolamento.
Em vez de insistir para que os alunos permaneçam em sala, os professores devem levar a turma para o parque e lá dar suas aulas. Isso ajuda na aproximação do grupo.

O cuidado com o outro deve fazer parte da rotina. Nas salas em que há estudantes com deficiência, os professores podem organizar um rodízio para determinar quem vai auxiliar o colega a cada dia.

E essa mãozinha não se limita às tarefas de classe. O ajudante da vez pode acompanhar o amigo na hora da merenda, escolhe rum livro e contar a história para ele ou o ajudar a ir ao banheiro. Eles se sentem importantes com essa atribuição e é esse sentimento que queremos despertar.
Algumas sugestões...
Baseadas na Reportagem:
Cada um aprende de um jeito
Professores propõem a alunos de 1ª a 8ª série com deficiência as mesmas atividades planejadas para os demais
Disponibilizada em:
http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/educacao-especial/cada-aprende-jeito-424484.shtml

Cor no material
Crianças e jovens com deficiência mental geralmente têm dificuldade de se concentrar por muito tempo. Para prender a atenção delas, são recomendadas atividades dinâmicas e que envolvam muitas cores. Leila Splendore, coordenadora de Matemática da Escola Viva, tem uma estratégia simples: usar gizes coloridos ao escrever no quadro e dar lápis de cor e canetinhas para os alunos fazerem seus registros nos cadernos. Ela também cria jogos com tabuleiros bem coloridos em que utiliza elementos do cotidiano da turma: números de duas casas, que podem ser relacionados à idade dos alunos, e papéis representando cédulas de real.

Trabalho em grupo
A criança com deficiência mental deve ser solicitada a participar de todos os projetos junto com a turma. Na escola Professor Francisco Weiler, a professora da 2ª série Jóice Mallmann organiza as crianças sempre em grupos, para estimular a colaboração entre todos e integrar Bianca Amado Farias (à esquerda), 8 anos. Na hora de produzir um jornal sobre Morro Reuter, o município gaúcho onde mora, ela ajudou a escrever os textos e também a fazer as ilustrações, tudo com muito capricho.
Portfólio exibe os avanços
Fazer um portfólio com as produções da garotada durante sua permanência na escola é fundamental para ajudar a acompanhar o progresso de cada um e planejar novas intervenções. No caso das crianças com deficiência mental, esse recurso mostra que elas também avançam - o que é animador para seus professores. Em 2003, Diogo, aluno da 8a série da Escola Viva, escrevia uma letra em cada página do caderno. Agora, ele já assina o nome, usa números e escreve algumas palavras com várias letras.

Hora do faz-de-conta
A professora Jóice sempre sugere às crianças inventar as próprias brincadeiras. Nada está pronto: elas têm de usar, por exemplo, almofadas, bexigas, fantasias, tecidos e papéis.

No início de 2005, quando entrou na escola, Bianca (à direita) apenas observava essas atividades. Com a insistência dos coleguinhas, ela hoje participa, sorridente, e escolhe as roupas que quer vestir. Brinca de princesa e, ao final, senta em roda com os colegas e a professora para contar o que fez. A garota já participa da fantasia dos amigos e ensaia as próprias.

Os cinco sentidos
Utilizar materiais com diferentes texturas, estimular o olfato dos alunos e fazê-los aguçar os ouvidos são estratégias valiosas. Para divertir a turma do 1º ano do Ensino Fundamental e prender a atenção de Clayton Deutschle (segurando o livro), 10 anos, a professora Juliana Zimmer, da escola Professor Francisco Weiler, inicia as aulas com dança e canto. Na hora da leitura, ela pede que as crianças façam gestos e produzam sons relacionados ao enredo.


Atividade manual
Quando um aluno termina a atividade antes dos colegas, pode começar a tumultuar a aula ou tirar a concentração dos demais. A criança com deficiência mental não é diferente. Ela muitas vezes perde o interesse pelas tarefas. Por isso, é importante sempre deixar na sala materiais de artes para que todos possam colar, pintar, desenhar, moldar ou bordar no tempo livre.

Essas atividades ajudam também a melhorar a concentração dos alunos com deficiência. No contato com a arte, Valentina Chaluleu, 15 anos, aluna da 7ª série da Escola Viva, aprimora a concentração e demonstra interesse pelas tarefas.


"Daqui a cem anos, não importará o tipo de carro que dirigi, o tipo de casa em que morei, quanto tinha depositado no banco, nem que roupas vesti. Mas o mundo pode ser um pouco melhor, porque eu fui importante na vida de uma criança“
Autor Desconhecido